Qual é o Plano?

Breno era um adulto jovem, evangélico, casado, pai de duas meninas. Trabalhava no setor administrativo de uma empresa de transportes.

Recebia um salário relativamente bom que, somado ao da esposa, proporcionava uma renda familiar para uma vida simples e confortável. Tinha o UNIPRAN (Plano de Saúde dado pela empresa), um bom carro e uma casa própria no terreno da sogra. As filhas estudavam em escola pública, faziam curso de inglês e aulas de dança.

Aos sábados pela manhã, era costume ir à quadra da comunidade para jogar futebol com os amigos do bairro. O pessoal levava a sério o jogo.

Numa dessas partidas, Breno dividiu uma bola com o adversário e se machucou. Sofreu uma contusão no tornozelo direito. Teve que sair da partida e ficou com muita dificuldade de pisar no chão. O local rapidamente ficou bastante inchado. Os colegas colocaram gelo e resolveram ir para o hospital particular da cidade que aceitava o plano.

Lá chegando, foram para o setor de emergência, onde Breno, depois de duas horas e quarenta e cinco minutos de espera, foi atendido por um clínico geral. Muito atencioso, o jovem médico examinou o local e solicitou uma radiografia.

Depois de mais de uma hora e cinquenta e cinco minutos de espera, retornou ao clínico com o exame. Havia uma fratura nos ossos do tornozelo. Era necessária a presença de um ortopedista, para uma avaliação especializada. Entretanto, esse tipo de profissional não ficava no hospital. Tinha que ser contactado por mensagem. Assim fez o plantonista da urgência. Digitou todas as informações para o ortopedista, de "sobre aviso", e aguardou. Passados vinte minutos chegou a resposta, para surpresa do clínico, contendo o seguinte texto: "Qual é o Plano"?

O jovem, equivocadamente, respondeu que era particular. O ortopedista avisou que já estaria indo para o hospital operar o paciente ainda naquela manhã.

Percebendo que havia se enganado o clínico mandou, cinco minutos depois, outra mensagem pedindo desculpas e adicionando o seguinte texto de correção: "Não é particular, è UNIPRAN".

O ortopedista mudou de opinião dizendo que não iria mais ao hospital para operar. Mandou colocar uma bota gessada e depois liberar o paciente.

Qual é o Plano? O plano é FATURAR!